Maria Rita

Aprendeu que os amores podem chegar de surpresa ou,
terminar numa noite.
Que grandes amigos podem se converter em grandes desconhecidos, e, ao contrário,
um desconhecido pode se tornar alguém inseparável.

Que o “nunca mais” nunca se cumpre e,  e o “para sempre” sempre termina.

Que aquele que quer,
Pode, corre atrás e consegue.
Que aquele que se arrisca não perde nada.
E aquele que não arrisca não ganha nada.

Que se você quer uma pessoa tem que ir buscá-la
Porque amanhã será tarde demais.

Se não lhe interessa,  não se esqueça das boas recordações.
Que sentir dor é inevitável, mas sofrer é opcional.

E, principalmente,  aprendeu que não serve nada
Seguir negando o evidente

Amor de verão

Quem nunca teve um "amor de verão"? 

Acontece porque estamos vulneráveis e  um olhar mais atento
Acontece...

Nas férias, numa viagem qualquer.

Aí a gente volta à rotina, dia a dia, se vai continuar não sei,
mas com certeza ganhei um bom amigo.

Vale a pena um amor conveniente?

Ela  diz  estar  feliz  nessa  gaiola dourada.

Tem de tudo e um pouco mais

Mas seu olhar é sempre triste apesar do sorriso fácil.

 Acredita ser muito amada.

E olhando fico atenta a todas as palavras.......

Tantos dias, muitos anos.

Amar é assim?

Aceitar todas as escolhas que não são também suas? 

Muitos mimos mas nenhuma liberdade?

O jeito de amar mudou muito.

Porque  amar de verdade é jamais ter ciúmes

Amar é não fazer perguntas desnecessárias

Olhar olho no olho e dizer:

Eu amo mesmo quando não preciso mais dizer te amo.

Eu amo quando reconheço o direito do outro em  fazer escolha.

Eu amo quando compreendo a vontade do outro  de às vezes, querer estar só.

Eu amo quando não sufoco com chiliques,  pressões, ciúmes, desconfianças.

Eu amo apesar das ausências prolongadas

Eu amo quando reconheço o direito que o outro tem  de fazer suas escolhas,

Mesmo que essas escolhas eventualmente me excluam.

Eu amo quando  me olha nos olhos, e  diz as mesmas coisas.

 

Amar é permitir sempre.

O homem e seu gato

Aprendi que beleza é movimento e foi assim que me contaram.

 Era uma vez um homem e tentava cativar a todos.

Atravessa o dia desvairado, louco entre tantas obrigações mas, à  noite não.

À noite ele voava para quarto, se estendia no chão, falava com seu gato.......

Subia na cama e adormecia.

Respirava sonhos, acordava sempre agitado...

Antes que se desse o fim do sono começava a ler, a escrever.

Abria as janelas, respirava, suspirava e  se acalmando aos poucos, 
voltava a dormir