domingo, 12 de maio de 2019

Minha nona

AUGUSTA, avó, que para nós é a nona (avó em italiano), filha de italianos de Vittorio Veneto (Itália) que chegaram para uma nova vida no Brasil.

Casou com seu primeiro namorado,  que morreu cedo, com 43 anos, vítima de apendicite.

E se viu sozinha com 8 filhos. 

E não se intimidou. Tinha uma chácara com verduras, frutas, galinhas, que vendia para sustentar a família.

Muito religiosa, ia à missa todos os domingos, e diariamente rezava o Angelus e antes de dormir o terço.

Muito simples no falar, no vestir. Nunca um gesto brusco.

Nos seus últimos anos escolheu nossa casa e em 15 de setembro de 1977 serenamente recebeu a extrema unção e partiu rezando o pai nosso nos braços do meu pai.


HOJE  sempre  relembramos algumas histórias,  motivo de boas recordações e risadas. Partiu mas ainda continua em meu coração.



Como diz a canção Anjo Velho: só, enquanto eu respirar eu vou lembrar de você, só enquanto eu respirar...”



Minha nona, Augusta Dal cin Botteon
23/07/1882   15/09/1977



RECORDAÇÃO:   Áudio da Nona gravado em  1975







a partir da esquerda  Giacomo Dal cin, Augusta (13 anos)
Ana Lorenzini, João Dal Cin, Maria Dal cin e Adelmo Ferreti, a criança de colo Celeste Dal cin e o menino Jacob Dal cin (1895)










Porto de Gênova - Itália





Bairro do Brás Largo e Matriz  (1860)
Pintura de Benedito Calixto de Jesus


Estação da Luz (1880)
Pintura de Benedito Calixto de Jesus



Hospedaria dos Imigrantes (1885)

Recepcionar estrangeiros já não era novidade para a cidade de São Paulo naquela época. Na década de 1870 por exemplo, imigrantes ficavam hospedados em casas alugadas pelo governo próximas à estação da Luz, e depois em um alojamento no bairro do Pari. Nos dois casos, tais lugares de recepção ficavam próximos a linha de trem; porém, ambos eram pequenos, inadequados para receberem grupos cada vez maiores de pessoas que chegavam constantemente. 
Em 1881, por meio da Lei Provincial n.36, de 21 de fevereiro, institucionalizava-se a construção de uma hospedaria no Bom Retiro. Um prédio no bairro foi adquirido e depois de sofrer algumas reformas viu sua capacidade de acolhimento se estender para um total de quinhentas pessoas. Tal hospedaria funcionou de 1882 a 1887 e abrigou cerca de 31.275 imigrantes.
A nova hospedaria começou a ser construída em junho de 1886. Projetada para receber 3 mil imigrantes, em épocas de constantes e intensos fluxos migratórios, chegou a comportar 10 mil pessoas. Os primeiros imigrantes a passarem pela hospedaria a viram ainda em construção, no ano de 1887 (tiveram que ser transferidos devido uma epidemia de varíola no prédio do Bom Retiro). Finalmente foi concluída e inaugurada oficialmente, em 1888.




Antonio Botteon e Augusta Dal cin Botteon  (1904)



da esquerda para direita filhos de Augusta
Alberto, Mário, Francisco, José, Yolanda, Helena, Maria e Teresa




Augusta e netas










Francesco Botteon e Teresa Denardi Botteon