Para refletirmos:
“Você ter utilidade pra alguém é uma coisa muito
cansativa. Ta certo, realiza.
Humanamente falando é interessante você saber fazer as
coisas, mas eu acredito que a utilidade é um território muito perigoso, porque
muitas vezes a gente acha que o outro gosta da gente, mas não.
Ele esta
interessado naquilo que a gente faz por ele. E é por isso que a velhice é esse
tempo que passa a utilidade e aí fica só o seu significado como pessoa.
Eu acho
que é um momento que a gente purifica, né?
É o momento em que a gente vai ter a
oportunidade de saber quem nos ama de verdade. Porque só nos ama, só vai ficar
até o fim, aquele que depois da nossa utilidade, descobrir o nosso significado.
Por isso eu sempre peço a Deus, sabe? Sempre faço à Ele
esta oração “Poder envelhecer ao lado das pessoas que me amem”.
Aquelas pessoas
que possam me proporcionar a tranquilidade de ser inútil, mas ao mesmo tempo,
sem perder o valor.
Quando eu viver aquela fase na vida: põe o Pe. Fábio no
sol… Tira o Pe. Fábio do sol…
Aí eu peço à Deus sempre a graça de ter quem me
coloque ao sol, mas sobretudo, alguém que venha me tirar depois.
Alguém que
saiba acolher a minha inutilidade. Alguém que olhe pra mim assim, que possa
saber que eu não sirvo pra muita coisa, mas que eu continuo tendo meu valor.
Porque a vida é assim, minha gente, fique esperto, viu?
Se você quiser
saber se o outro te ama de verdade, é só identificar se ele seria capaz de
tolerar a sua inutilidade.
Quer saber se você ama alguém? pergunte a si mesmo:
quem nessa vida já pode ficar inútil pra você, sem que você sinta o desejo de
jogá-lo fora?
É assim que descobrimos o significado do amor.
Só o amor nos dá
condições de cuidar do outro até o fim. Por isso eu digo: feliz aquele que tem
ao final da vida, a graça de ser olhado nos olhos e ouvir a fala que diz:
“você
não serve pra nada, mas eu não sei viver sem você”.”
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