Temos um mar de conteúdo sendo jogado na nossa cabeça o tempo todo. Notícias, blogs, textos, propaganda, redes sociais, vídeos e por aí vai.
Tudo isso pode ter utilidade, mas da forma como normalmente fazemos, apenas confunde nosso pensamento. É tanta informação de todos os lados que é muito difícil pensar com clareza e objetividade.
Sinta o gosto das coisas
Faz alguns anos resolvi fazer um teste. Aos poucos fui removendo o açúcar do meu cafezinho diário.
Primeiro reduzir as colheres do açúcar, depois fui tentei o adoçante, não gostei, então , passei a tomar café sem açúcar.
A diferença mais significativa é sentir o gosto do café. O café tem um gosto bem específico e que varia bastante entre os grãos, forma de preparo e até o ponto do fervimento da água. Com açúcar é muito difícil sentir o verdadeiro gosto do café.
O mesmo acontece com quase todos os alimentos. Quando colocamos sal ou qualquer tempero numa salada, por exemplo, estamos camuflando o sabor dos ingredientes, deixamos de sentir o verdadeiro gosto das coisas.
A ideia é reduzir aos poucos, e devolvendo a sensação do paladar. Além dos benefícios a saúde, recuperar a sensibilidade do paladar devolve o prazer de comer alimentos mais saudáveis, já que os gostos voltam a se destacar.
Reduzir, simples assim
Reduza artifícios digitais, hoje é impossível parar de usar tecnologia e muito menos que ela é inteiramente ruim.
Será que não estamos usando a tecnologia para otimizar o que precisamos fazer e ter mais tempo de qualidade disponível, pelo contrário, estamos nos tornando reféns desses dispositivos que acabam interferindo de forma séria em tudo o que fazemos.
Quem nunca pegou o celular, mesmo que de forma automática, no meio de uma conversa enquanto outra pessoa estava falando?
Deixamos de ver uma cena do filme porque acabamos ali distraídos com facebook, rolando a timeline meio sem rumo.
É difícil também apontar onde cada um de nós está falhando neste ponto, o que podemos é ficar atento a alguns pontos que funcionam como sintomas de que estamos sendo prejudicados por tanta tecnologia.
Quem nunca?
Você mexe no celular enquanto conversa com outras pessoas?
Sente ansiedade quando a bateria está perto de acabar?
Perde a hora de dormir porque fica na cama rolando a time line?
Perde compromissos ou se atrasa por ficar preso em redes sociais?
Estoura prazos ou deixa de cumprir atividades por estar imerso em distrações digitais?
Sente que sua conversa com outras pessoas se tornaram superficiais ou frívolas?
A mensagem clara é que precisamos nos conectar - não artificialmente - com as pessoas que nos relacionamos e até com nós mesmos. Olhar as pessoas nos olhos, fazer perguntas mais profundas e demonstrar mais interesse pelo que são e compartilham conosco. Da mesma forma, precisamos nos tratar com a mesma atenção. Ter tempo para ouvir o que estamos pensando, questionar nossas convicções e ter consistentes diálogos internos.
Muitos dos nossos pensamentos são respostas automáticas, é preciso tempo e atenção para poder questionar o que estamos pensando e melhorar nossa própria conduta.
Em resumo, o objetivo é fugir do automatismo diário e ter uma percepção mais rica do mundo em que vivemos.
As coisas vulgares que há na vida não deixam saudade
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir
Há gente que fica na história da história da gente
e outras de quem nem o nome lembramos ouvir
São emoções que dão vida à saudade que trago
Aquelas que tive contigo e acabei por perder
Há dias que marcam a alma e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida gritava à cidade
que o fogo do amor sob a chuva há instantes morrera
A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro trazendo a saudade
(Mariza - Chuva compositor Jorge Fernando) **
Mãe e avós , cada uma, diferente entre si, mas todas fortalezas de sentimentos e atitudes. VERA
mãe – casou com seu amado.
Sempre alegre, nunca uma palavra grosseira, ensinou ao meu pai que não se dá estilingue para criança nem para alvo de parede. Adorava plantas, cães, gatos.
Tinha também algumas galinhas, e quando precisava cozinhar uma, chamava minha tia, não tinha coragem. Teve 4 filhos, sempre incentivando os filhos a estudarem, toda manhã por 2 /3 horas ficava ajudando no entendimento da lição, nas dicas dos trabalhos escolares. Não gostava de criança na rua então chamava os amiguinhos, preparava o lanche e era um custo fazer as crianças voltarem para suas casas. Podiam tudo, mexer na terra, com água, jogar bola. Todas as brincadeiras. Era uma artesã de mão cheia, de pequenos materiais criava peças, algumas com a gente até hoje. Sempre curiosa e querendo aprender sempre mais.
Amou muito, recebeu muitas poesias do seu amado e presentinhos, um por mês. Por amor e tristeza da perda do filho amado, uma dor angustiante, adoeceu. Foram 4 anos e em nenhum momento um lamento, sempre feliz e nenhuma dor. Num final de manhã, em casa, serenamente partiu. O amado, meu pai, MARIO, esse morreu de tristeza, pelas perdas que teve e que não conseguiu suportar, foi demais para ele, muito sensível, um artista e ele que sempre foi um bom conversador sobre tudo se calou. ANTONINA,
avó, que para nós é a babushka (avó em russo) , viúva de marinheiro imperial, foge com 2 filhos para Istambul – Turquia durante a revolução russa e deixa para trás pai, mãe e 6 irmãos. Casa mais uma vez e tem mais 3 filhos. E a família decide vir para o Brasil. Vida difícil, mais 1 filho. Ganha a vida costurando. Marido sai de casa e a deixa sozinha com 6 filhos. Muito religiosa, ortodoxa, voz linda, canta no coral e participa da vida da igreja. Anos mais tarde recebe o marido de volta, vítima de AVC, totalmente paralisado, que é cuidado até a sua morte. Moderna, lia a revista Seleções tomando chá e comendo pedacinhos de chocolate. Em todos os anos que estivemos juntas apenas uma vez, por algo que falei, acho que foi no seu aniversário, vi seus olhos mareados, mas apenas por alguns segundos.
Ficou com a gente alguns anos, muita conversa, muito dengo, e serenamente partiu. AUGUSTA,
avó, que para nós é a nona (avó em italiano), filha de italianos de Vittorio Veneto (Itália) que chegaram para uma nova vida no Brasil.
Casou com seu primeiro namorado, que morreu cedo, com 43 anos, vítima de apendicite.
E se viu sozinha com 8 filhos mas não se intimidou. Tinha uma chácara com verduras, frutas, galinhas, que vendia para sustentar a família. Muito religiosa, ia à missa todos os domingos, e diariamente rezava o Angelus e antes de dormir o terço. Muito simples no falar, no vestir. Nunca um gesto brusco. Escolheu nossa casa e aqui ficou por alguns anos e serenamente recebeu a extrema unção e partiu rezando o pai nosso nos braços do meu pai. HOJE - e de todos, sempre quando relembramos algumas histórias é motivo de boas recordações e risadas. Eles partiram mas ainda continuam em meu coração. Como diz a canção Anjo Velho: só, enquanto eu respirar eu vou lembrar de vocês, só enquanto eu respirar...”